Robôs rumo ao protagonismo nos armazéns da Europa em 2025
- crossbbrasil
- 12 de set.
- 4 min de leitura
Atualizado: 13 de set.
De Londres a Hamburgo, varejistas aceleram robotização logística para atender ao e-commerce e driblar falta de trabalhadores.

Jogo Rápido:
Armazéns robotizados crescem na Europa como resposta ao e-commerce acelerado e falta de trabalhadores.
Marks & Spencer inaugura centro avançado, operado quase inteiramente por robôs inteligentes.Otto aposta em robôs de IA para embalar pedidos e reduzir gargalos de mão de obra.
Amazon expande laboratório em Milão, criando robôs que otimizam embalagens e reduzem impacto ambiental.
Automação gera armazéns mais rápidos, silenciosos e precisos, reduzindo falhas operacionais e erros de estoque.
Mercado europeu vê robotização como requisito estratégico em cenário global altamente competitivo.
Sindicatos alertam para riscos de substituição de empregos logísticos por máquinas.
Empresas destacam criação de novas funções técnicas em manutenção e programação robótica.
Futuro aponta armazéns híbridos, integrando humanos e robôs em operações de alta complexidade.
A Europa assiste a uma transformação profunda em sua cadeia logística: o avanço dos armazéns robotizados. Em meio à pressão do e-commerce, ao aumento nos custos trabalhistas e à escassez de mão de obra em países como Alemanha e Reino Unido, empresas do varejo e da distribuição estão acelerando o uso intensivo de robôs como alternativa estratégica e irreversível.
No Reino Unido, a varejista centenária Marks & Spencer (M&S) inaugurou recentemente seu armazém mais avançado, uma instalação projetada para funcionar quase inteiramente com automação inteligente. Robôs responsáveis por separar, movimentar e armazenar produtos trabalham em conjunto com softwares que monitoram o fluxo em tempo real.
O ganho em velocidade e precisão é imediato: menos erros em pedidos, mais eficiência nas entregas e maior capacidade de atender volumes crescentes de compras online. Além disso, o ambiente é descrito como mais silencioso e organizado, rompendo com a imagem dos centros logísticos barulhentos e saturados de operadores e empilhadeiras.
A Otto, uma das maiores varejistas de vendas on-line da Alemanha, segue caminho semelhante. A companhia, com sede em Hamburgo, anunciou planos para implantar robôs autônomos de inteligência artificial em seus armazéns. O objetivo principal é automatizar a embalagem de encomendas, reduzindo a dependência da mão de obra humana em um mercado cada vez mais pressionado pela falta de trabalhadores.
Ao mesmo tempo, a empresa aposta que a robotização permitirá acelerar prazos de entrega e diminuir custos, dois fatores vitais para manter competitividade frente a rivais globais como Amazon e Zalando.
E a própria Amazon não fica atrás. Em Milão, a empresa mantém desde 2017 seu Laboratório de Inovação, um centro com cerca de 200 engenheiros dedicados ao desenvolvimento de novas soluções robóticas.
Entre os projetos, destacam-se robôs programados para reduzir o tamanho das embalagens, ajudando a empresa a atingir metas ambientais e a diminuir sua pegada de carbono. A Amazon também afirma que a robotização vem reforçando a segurança do trabalho: segundo dados internos, acidentes em centros automatizados caíram até 60%, reflexo da substituição de tarefas repetitivas e de alto risco.
Esse movimento europeu faz parte de uma tendência global, mas na Europa ele ganha força adicional por conta da demografia envelhecida e da dificuldade crescente de atrair trabalhadores para funções logísticas, muitas vezes pesadas e pouco atrativas. Para os especialistas, a automação deixa de ser diferencial e se consolida como necessidade estrutural.
A robotização também atende à pressão do consumidor moderno, que considera natural receber pedidos em prazos cada vez mais curtos — no mesmo dia ou no dia seguinte. Sem máquinas inteligentes operando em larga escala, manter esse padrão se torna economicamente inviável.
Entretanto, a corrida tecnológica não é isenta de polêmicas. Sindicatos e associações de trabalhadores expressam preocupação com a substituição de funções que antes empregavam milhares de pessoas. Há temor de que comunidades inteiras, dependentes de empregos logísticos, sejam impactadas pela rápida adoção da automação.
Empresas, por outro lado, argumentam que a tecnologia cria novas oportunidades em áreas de alta qualificação, como manutenção de robôs, programação, análise de dados e engenharia de processos.
O setor acadêmico e consultorias internacionais projetam que, no curto prazo, a Europa caminhará para um modelo híbrido, no qual humanos e robôs trabalharão lado a lado.
Enquanto as máquinas assumem tarefas repetitivas, pesadas e de alta velocidade, os trabalhadores humanos tendem a se concentrar em funções que exigem julgamento, supervisão e capacidade de adaptação.
Além do ganho operacional, a robotização promete avanços na sustentabilidade. Com softwares de IA otimizando rotas, tamanhos de embalagens e consumo energético, armazéns automatizados contribuem para reduzir emissões de CO₂ e o desperdício de materiais. Esse aspecto é cada vez mais relevante em uma Europa comprometida com metas de descarbonização estabelecidas no Pacto Verde Europeu.
A corrida já não é mais opcional. Grandes players, como Marks & Spencer, Otto e Amazon, sinalizam que o futuro da armazenagem europeia será cada vez mais robotizado, ágil e inteligente. Empresas que não embarcarem nessa transformação correm sério risco de perder espaço em um mercado globalizado, em que eficiência e velocidade são sinônimos de sobrevivência.
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