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Japão: Robôs suíços em teste ao para aliviar crise nas entregas

  • crossbbrasil
  • 30 de set.
  • 4 min de leitura

Desde agosto de 2025 robôs suíços da RIVR são testados no Japão para mitigar a falta de entregadores, realizando entregas de pequeno porte em rotas urbanas


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JOGO RÁPIDO

Com o envelhecimento populacional e a escassez de mão de obra, o Japão abriu espaço a testes de robôs de entrega suíços. Desenvolvidos pela RIVR, os aparelhos — híbridos com rodas e “pernas” — percorrem calçadas e ruas estreitas, lidam com obstáculos e guardam encomendas em compartimentos trancados. Pilotos recentes na Suíça e parcerias internacionais (Just Eat, Veho, Swiss Post) demonstram viabilidade técnica; no Japão as provas avaliam integração regulatória, aceitação pública e eficácia em rotas de baixo custo.



No fim de agosto de 2025, um novo capítulo da automação logística começou a ganhar atenção nas ruas do Japão: robôs de entrega desenvolvidos na Suíça passaram a ser testados em pilotos locais com o objetivo claro de atenuar a falta de entregadores humanos. A empresa suíça RIVR — que vem se destacando por seus robôs híbridos, com rodas e mecanismos tipo “perna”, projetados para enfrentar obstáculos urbanos — lidera as iniciativas. Esses autômatos, que já passaram por provas na Suíça e em parcerias nos Estados Unidos e Europa, trazem ao Japão uma proposta prática: assumir o chamado último quilômetro em rotas curtas e de baixa rentabilidade, liberando trabalhadores humanos para tarefas mais complexas.


As máquinas da RIVR combinam sensores (câmeras, LiDAR e outros), algoritmos de Physical AI para navegação em ambientes humanos e compartimentos trancados acessíveis por código ou app. Em demonstrações públicas, os robôs transitaram em ritmo moderado — cerca de velocidade de caminhada rápida — escalando degraus baixos, contornando lixeiras e subindo meio-fio; em algumas provas um operador humano acompanha remotamente para intervir em situações imprevistas.


No Japão, onde a densidade populacional, as calçadas estreitas e a exigência de pontualidade tornam as entregas um desafio operacional permanente, a tecnologia chega como resposta estratégica: o mercado enfrenta queda de trabalhadores disponíveis por conta do envelhecimento demográfico e do desinteresse pela ocupação entre gerações mais jovens.


As notícias de agosto-setembro de 2025 indicam que RIVR tem discutido parcerias locais com empresas de logística e varejo, incluindo tratativas com grupos que buscam soluções para territórios onde a escassez de pessoal tornou entregas inviáveis. Além das provas locais, o histórico da RIVR é robusto e recente: a startup fechou pilotos com Just Eat Takeaway em Zurique e com a Veho nos EUA, e também participa de projetos com a Swiss Post, o que permitiu amadurecer aspectos operacionais e de segurança.


Esses pilotos europeus demonstraram pontos fortes (capacidade de operar sob supervisão humana, redução de custo marginal em rotas curtas, coleta de dados para otimização) e fraquezas (capacidade limitada de carga, vulnerabilidades climáticas e

No Japão, os ensaios têm finalidades múltiplas: testar interoperabilidade com infraestrutura urbana japonesa, verificar a aceitação de moradores e pedestres e aferir custos operacionais frente a entregadores humanos.


Reguladores e municípios acompanham de perto: é essencial conciliar circulação de ADRs (autonomous delivery robots) com segurança de pedestres, regras de direito de passagem e seguros, além de estabelecer protocolos de responsabilidade em caso de incidentes Do ponto de vista social, os robôs provocam reação ambivalente — curiosidade e aprovação por parte de consumidores que buscam entregas mais estáveis, mas também receio entre trabalhadores e questionamentos sobre perda de emprego.


Pesquisas acadêmicas sobre ADRs (literatura revisada em 2023–2024) mostram que soluções híbridas, nas quais robôs auxiliam mas não substituem inteiramente humanos, tendem a ser as mais aceitas e eficazes no curto prazo.

Tecnologicamente, o diferencial da RIVR está na combinação entre mobilidade híbrida (rodas + membros para superar degraus) e o chamado “Physical AI”, um conjunto de sistemas de percepção e tomada de decisão que permite adaptação em ambientes urbanos dinâmicos. A escalabilidade, entretanto, depende de fatores práticos: custo por unidade e por rota, robustez em condições meteorológicas adversas (chuva intensa, neve em zonas temperadas do Japão), autonomia de bateria, e a capacidade de operar em horários variados sem interligar servidores humanos continuamente.


Se os testes japoneses provarem que os robôs são economicamente vantajosos e socialmente aceitáveis, o país poderá abrir caminho a adoções mais amplas, começando por rotas suburbanas, entregas de refeições e pequenas encomendas  e servindo de vitrine para outras nações com problemas semelhantes de escassez de mão de obra. Por ora, os experimentos com RIVR representam uma ponte entre inovação suíça e necessidades concretas do mercado japonês, exemplificando como soluções robóticas podem integrar-se aos sistemas logísticos quando acompanhadas de regulação, supervisão humana e pilotos realistas. 


O resultado desses ensaios definirá se a promessa dos robôs-entregadores se concretiza como complemento permanente à cadeia de distribuição ou permanece como ferramenta pontual para rotas específicas de baixa complexidade.


Bônus - Clique para ler : Robôs autônomos de entrega de última milha: uma revisão de literatura - Artigo assinado por Elin Alverhed, Simon Hellgren, Hanna Isaksson, Lisa Olsson, Hanna Palmqvist e Jonas Flodén, da Revista Europeia de Pesquisa em Transportes.


COM INFORMAÇÕES DE :  RIVR – SWISSINFO – EURONEWS – NEW ATLAS – EAN-NETWORK – BERNAMA – THE ROBOT REPORT – PR NEWSWIRE – IEEE SPECTRUM

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