Bikes elétricas de carga: tendência que ganha fôlego
- crossbbrasil
- há 3 dias
- 3 min de leitura
EDIÇÃO 12 | 15 a 21.12.25 - E-cargo bikes avançam como solução estratégica no delivery urbano, unindo eficiência, economia e menor impacto ambiental.

JOGO RÁPIDO
A adoção das bicicletas elétricas de carga acelera no mundo e no Brasil, impulsionada por fabricantes como Vok Bikes, Luxmea e iniciativas públicas como o programa CPSI Bici, em Fortaleza. A tendência, já consolidada na Europa com centenas de milhares de unidades em operação, encontra terreno fértil no mercado brasileiro, que cresce em produção e uso comercial. Apesar de desafios como custo e infraestrutura limitada, projetos-piloto e parcerias internacionais mostram que as e-cargo-bikes podem reduzir emissões, cortar custos e substituir vans em entregas urbanas de última milha.
A transformação da logística urbana ganhou novo impulso global com o avanço das bicicletas elétricas de carga, as e-cargo bikes que se consolidam como alternativa real às vans nas entregas de curta distância. A movimentação envolve desde fabricantes internacionais, como Vok Bikes e Luxmea, até iniciativas públicas brasileiras que testam o uso profissional desses veículos no dia a dia de entregadores.
No cenário global, o salto tecnológico está em plena marcha. A Vok Bikes firmou parceria com o Renault Group para iniciar, em 2026, a produção em larga escala de suas bikes - cargueiras elétricas na fábrica Refactory, na França, mirando mercados do Reino Unido, França e Benelux. A Luxmea, por sua vez, afirma ter mais de 550 mil unidades operando na Europa e se posiciona como fabricante especializada em soluções para logística urbana. Em comum, ambas defendem a mesma tese: cargo-bikes entregam estabilidade, autonomia e baixo custo operacional, atendendo entregas urbanas, comércio local e serviços.
As projeções de mercado reforçam a tendência. Avaliado em US$ 2,01 bilhões em 2024, o setor global de e-cargo bikes deve atingir US$ 2,92 bilhões até 2029, com crescimento anual próximo de 7,7%. Em cidades densas, estudos internacionais apontam que esses veículos podem substituir parte relevante das entregas hoje feitas por vans, reduzindo emissões, barulho e congestionamento.
No Brasil, embora o segmento ainda seja incipiente, o terreno é promissor. A produção de bicicletas elétricas cresceu 122% no Polo Industrial de Manaus em 2025, enquanto o mercado nacional movimentou cerca de R$ 511 milhões em 2024. Empresas de delivery já se movimentam: a iFood investe centenas de milhões em um programa próprio para ampliar o uso de e-bikes em entregas.
Mas o maior passo experimental veio do setor público. Em Fortaleza, a prefeitura iniciou testes de bicicletas elétricas desenvolvidas para entregadores dentro do programa CPSI Bici, em parceria com o Grupo Serttel. Cinco trabalhadores já utilizam os modelos no cotidiano, avaliando ergonomia, autonomia e capacidade de carga. A fase piloto busca validar soluções inovadoras antes de uma possível contratação — e pode servir de referência para outras capitais.
Apesar do avanço, é preciso lembrar também das deficiências brasileiras para a expansão das e-cargo bikes, como infraestrutura cicloviária limitada, custo inicial elevado (entre R$ 7 mil e R$ 10 mil por unidade) e ausência de regulamentação específica para logística por bicicletas. Mesmo assim, o cenário aponta para expansão. A combinação entre parcerias industriais, amadurecimento tecnológico e iniciativas públicas sugere que as e-cargo bikes devem ganhar escala como solução logística, tornando a mobilidade urbana mais eficiente, econômica e ambientalmente responsável.
LIGAÇÕES EXTERNAS: BDTA USP VOKBIKES – MORDOR – BIKEBIZ - MOBILIDADE ESTADÃO – NEWSGYM – IFOOD - ANTP –– OPINIÃO CE – PODER 360 – GLOBAL INSIGTYS



Comentários