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Maus-tratos aos animais no transporte de cargas vivas: um problema ético e econômico.

A principal questão envolve as condições em que os animais são transportados, que muitas vezes são precárias e causam sofrimento, estresse e até morte dos bichos

Um mínimo de humanidade, por favor

Resumo:

  • Transporte de animais vivos para abate gera polêmica e questiona ética e economia

  • Animais sofrem com condições precárias e mortes durante viagens marítimas para países muçulmanos

  • Técnica halal exige que abate seja feito de cabeça para baixo e com drenagem de sangue

  • Resolução do Contran regula transporte rodoviário, mas não marítimo de carga viva

  • Mapa é responsável por fiscalizar transporte marítimo de animais vivos

O transporte de animais vivos em outros países é uma atividade que vem crescendo no Brasil nos últimos anos, movimentando milhões de reais e gerando polêmica entre produtores, exportadores, consumidores e defensores dos direitos dos animais.


Segundo a Associação Brasileira dos Exportadores de Animais Vivos (Abreav), o Brasil vendeu 460 mil cabeças de gado em pé - nome técnico para a modalidade - em 2017, um crescimento de 42% em relação a 2016. A expectativa é de que as exportações de animais vivos cresçam 30% neste ano. A maior parte dos animais vai para países muçulmanos por uma questão religiosa, já que eles exigem que o abate seja feito pela técnica halal, que consiste em cortar o animal de cabeça para baixo e drenar todo o sangue.


Essas condições podem provocar doenças, ferimentos, infecções, desidratação e desnutrição nos animais, além de estresse físico e psicológico. Alguns animais não resistem e morrem durante a viagem. Segundo a organização não governamental Animals International, cerca de 5% dos animais transportados por via marítima morrem antes de chegar ao destino.


Essa situação tem, aliás muito apropriadamente, gerado protestos e denúncias de entidades defensoras dos animais, que afirmam que o transporte de carga viva é uma forma de maus-tratos e viola as normas de bem-estar animal. Além disso, essas entidades argumentam que o transporte de carga viva é prejudicial para o meio ambiente, pois gera poluição e desperdício de recursos naturais.

Em julho de 2020, entrou em vigor a Resolução nº 791 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que consolidou as normas para o transporte de carga viva no Brasil. A resolução estabelece requisitos mínimos para o transporte rodoviário de animais vivos, como espaço adequado, visibilidade parcial, ventilação artificial, sistema de drenagem e limpeza das carrocerias ou compartimentos.


No entanto, a resolução não abrange o transporte marítimo de animais vivos, que é regulado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O Mapa publicou um manual com orientações sobre como deve ser feito o transporte de carga viva por via marítima, mas não há fiscalização efetiva sobre o cumprimento dessas orientações, o que, infelizmente, em nada surpreende. Os consumidores e defensores dos animais alegam firmemente que o transporte de carga viva é uma prática cruel e desnecessária, que causa sofrimento aos animais e danos.


Assim, é necessário buscar alternativas mais sustentáveis ​​e humanitárias para o comércio de animais, tais como investir em tecnologias que permitam melhorar as condições do transporte marítimo garantindo seu bem-estar e segurança – por que não dizer? – dignidade para esses frágeis seres vivos.




 

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