Fintech que oferece um serviço de antecipação de recebíveis capta recursos via FIDC, de olho na crescente demanda por recursos das transportadoras.

Leitura rápida:
Torqui é uma fintech fundada em 2019 por ex-executivos da XP
Capta R$ 60 milhões via FIDC, com participação da XP Asset
Pretende usar os recursos para ampliar sua base de clientes
Tem como diferencial uma plataforma digital que agiliza o processo
Vê oportunidade de crescimento em um mercado carente de crédito
Compete com outras fintechs que atuam no segmento de transporte
A Torqui, fintech que oferece um serviço de antecipação de recaptação de R$ 60 milhões via Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), com participação da XP Asset Management.
A operação é parte da estratégia da empresa para acelerar seu crescimento em um mercado que movimenta cerca de R$ 500 bilhões por ano no Brasil, mas que ainda sofre com a escassez de crédito e a burocracia.
Fundada em 2019 por ex-executivos da XP Investimentos, a Torqui tem como diferencial uma plataforma digital que agiliza o processo de antecipação de recebíveis, reduzindo o custo e o risco das operações.
A antecipação de recebíveis é uma modalidade de crédito que permite às empresas receberem antecipadamente o valor de uma venda a prazo, mediante o pagamento de uma taxa. No segmento de transporte, essa prática é comum, pois as transportadoras costumam receber dos embarcadores com prazos longos, que podem chegar a 90 dias.
Com a plataforma da Torqui, as transportadoras podem enviar os documentos das viagens realizadas e receber o valor antecipado em até dois dias úteis. A fintech faz a análise de crédito dos embarcadores e assume o risco de inadimplência.
Segundo o CEO da fintech, Rodrigo Fiszman, a empresa já atende cerca de 300 clientes, entre transportadoras e embarcadores, e tem uma carteira de R$ 120 milhões em recebíveis. A expectativa é que, com a captação via FIDC, esse número cresça para R$ 300 milhões até o fim do ano.
"O mercado de transporte é muito carente de crédito e de soluções digitais. Nós queremos ser um parceiro das transportadoras, oferecendo um serviço ágil, transparente e seguro, que ajude a melhorar o fluxo de caixa e a gestão financeira delas", diz Fiszman.
O executivo afirma que a empresa cobra uma taxa média de 1,5% ao mês pela antecipação de recebíveis, mas que esse valor pode variar de acordo com o perfil do cliente e do embarcador. Ele diz que a fintech tem uma inadimplência baixa, de cerca de 0,5%.
Para captar os recursos via FIDC,contou com o apoio da XP Asset Management, que adquiriu cotas do fundo. O FIDC é um veículo de investimento que compra os direitos creditórios das empresas e os transforma em cotas negociadas no mercado.
"O FIDC é uma forma eficiente de captar recursos para financiar o crescimento da nossa carteira. A participação da XP Asset nos dá credibilidade e confiança para atrair outros investidores", diz Fiszman.
A Torqui compete com outras fintechs que atuam no segmento de transporte, como a FreteBras, que lançou recentemente uma conta digital e uma linha de crédito para caminhoneiros, e a Cargo X, que também oferece antecipação de recebíveis para transportadoras.
Fiszman diz que o mercado é grande o suficiente para comportar vários players e que a Torqui se diferencia pela sua especialização no serviço de antecipação de recebíveis e pela sua proximidade com os clientes.
"Nosso foco é resolver o problema de crédito das transportadoras, que é um dos principais desafios do setor. Nós temos uma equipe comercial que visita os clientes e entende as suas necessidades. Nós não somos apenas uma plataforma, somos um parceiro", afirma.
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