A Organização Marítima Internacional (OMI) decidiu reduzir as emissões de gases de efeito estufa do setor a zero até 2050.

Leitura rápida:
OMI é a agência especializada da ONU para o transporte marítimo
A decisão foi tomada em uma reunião virtual realizada em novembro de 2021
A meta faz parte da estratégia inicial da OMI para enfrentar as mudanças climáticas
A redução das emissões exigirá inovações tecnológicas e mudanças nos combustíveis e na operação dos navios
A meta é vista como um passo importante, mas insuficiente, para alinhar o setor com o Acordo de Paris
A Organização Marítima Internacional (OMI), a agência especializada das Nações Unidas para o transporte marítimo, decidiu reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) do setor a zero "em ou por volta de 2050". A decisão foi tomada em uma reunião virtual do Comitê de Proteção do Meio Marinho (MEPC) realizada entre os dias 16 e 20 de novembro de 2021.
A meta faz parte da estratégia inicial da OMI para enfrentar as mudanças climáticas, adotada em 2018. Na ocasião, a organização se comprometeu a reduzir as emissões totais do setor em pelo menos 50% até 2050, em comparação com os níveis de 2008, e a buscar a eliminação completa das emissões o mais rápido possível neste século. O processo também prevê o aumento da eficiência energética dos navios em 40% até 2030 e em 70%também até 2050.
Se o setor marítimo fosse um país, seria o sexto maior emissor do mundo, superando a Alemanha. Além disso, as emissões do setor podem aumentar entre 50% e 250% até 2050, se nenhuma medida for tomada, de acordo com um relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
A redução da poluição marítima exigirá inovações tecnológicas e mudanças nos combustíveis e operação dos navios. Atualmente, -usa-se majoritariamente óleo pesado ou diesel como fontes de energia. Algumas alternativas possíveis são o hidrogênio, o amoníaco, o metanol, o biocombustível e a eletricidade. Os navios podem adotar igualmente medidas como otimizar o design do casco, usar velas ou turbinas eólicas, reduzir a velocidade e melhorar o planejamento das rotas.
A decisão da OMI foi elogiada por representantes do setor e da sociedade civil, que viram nela um passo importante para alinhar o transporte marítimo com o Acordo de Paris, que visa limitar o aumento da temperatura global a bem abaixo de 1,5°C, ou preferencialmente, a 2°C, em relação aos níveis pré-industriais. No entanto, outros criticaram a meta como insuficiente e tardia, argumentando que ela não garante que o setor faça sua parte justa para evitar os piores cenários das mudanças climáticas.
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