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R$ 12 bilhões são gastos com sinistros de trânsito nas BRs. Algumas regiões tiveram leve redução.

Dados do Painel CNT de Consultas Dinâmicas dos Acidentes Rodoviários, divulgado esta semana pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), comprovam que as estradas brasileiras continuam matando, ferindo e mutilando


Fonte: JC NR10, por Roberta Soares , por Roberta Soares - 4 min


Sinistro de trânsito em rodovias causa grande perdas, sobretudo em vidas humanas.

Os números de sinistros de trânsito (não é mais acidente de trânsito que se diz. Veja abaixo em assuntos relacionados) seguem altos nas estradas federais do Brasil, assim como as mortes provocadas por eles. Nem mesmo a crise sanitária de covid-19 conseguiu mudar a realidade trágica e histórica. A sociedade brasileira, inclusive as pessoas que não são imprudentes ao volante ou as que não têm sequer automóvel, também pagam por esse alto custo: foram R$ 12,19 bilhões de despesas com os sinistros, feridos e mortos.


O índice de sinistros nas rodovias federais brasileiras aumentou 1,6% em 2021 em relação a 2020 – as ocorrências passaram de 63.447 para 64.452 casos. O mesmo foi verificado com as mortes, que cresceram 2,0%, passando de 5.287 vidas perdidas na malha federal, em 2020, para 5.391, no ano passado. O custo anual de tanta violência representa quase o dobro do valor total investido efetivamente em transporte pelo governo federal, que foi de R$ 7,7 bilhões, segundo a CNT.


Pernambuco destoa um pouco - Pernambuco, assim como o Nordeste em geral, no entanto, teve uma leve queda no número de registros - o que era de se esperar, afinal, o mundo vive os efeitos da pandemia de covid-19 há praticamente dois anos. A leve redução, aponta o painel CNT, também foi verificada nas outras regiões economicamente menos desenvolvidas do País: Norte e Centro-Oeste. Apenas no Sudeste e no Sul do Brasil, as regiões mais ricas, houve aumento dos sinistros mesmo com a crise sanitária.


Em Pernambuco, os sinistros de trânsito nas BRs deram uma sutil recuada de 0,2%, passando de 2.557 registros em 2020 para 2.552 em 2021 - quase nada. Talvez o fato de que, das rodovias mais perigosas apontadas pela CNT, apenas duas (BR-101 e BR-116) cortam o Estado. E, mesmo assim, foram gastos R$ 555.725,622 com os sinistros em geral, incluindo mortes e vítimas, no ano passado.


No Nordeste, essa queda foi um pouco mais perceptível: 2,4%, o que representou, mesmo assim, um custo de quase R$ 3 bilhões. Mas de todas as regiões do Brasil, a que teve o maior recuo foi a região Norte: 8,7%.


Radiografia do Nordeste

Custo total com sinistros: R$ 2.961.401,433 Custo com mortes: R$ 1.466.523,441 Custo sinistro com vítimas: R$ 1.405.129,374 Custo sinistro sem vítimas: R$ 89.748,618

Radiografia de Pernambuco

Custo total com sinistros: R$ 555.725,622 Custo com mortes: R$ 275.730,647 Custo sinistro com vítimas: R$ 262.359,407 Custo sinistro sem vítimas: R$ 17.635,568


Alargamento da BR 232 - Os números do Painel CNT mostram que houve avanços, mesmo que pequenos. Mas evidencia também que o caminho na busca pela segurança viária e por um trânsito seguro segue sendo longo. O Painel CNT reúne dados de sinistros entre 2007 a 2021 e, nesse período, foram acumulados nada menos do que 1,9 bilhão de sinistros de trânsito, dos quais 1 milhão deixou vítimas. Isso significa que, em 2021, houve uma média de 80 sinistros com vítimas a cada 100 km de rodovia.


Custo alto para todo tipo de sinistro - O custo dessa violência nas estradas, quando destrinchado pelo tipo de sinistro, também impressiona porque fica evidente que toda e qualquer ocorrência no trânsito é cara, até mesmo aquelas que não deixam vítimas, apenas danos materiais. Dos R$ 12,19 bilhões gastos em 2021, R$ 4,7 bilhões foram com mortes, R$ 7 bilhões com os sinistros com vítimas e R$ 417 milhões com aqueles sem vítimas.

O Painel CNT também indica que a grande maioria dos sinistros eram evitáveis quando aponta que 62% foram colisões (o que destaca a imprudência do condutor ao volante) e que as sextas-feiras, sábados e domingos responderam, juntos, por mais da metade dos registros (53%) - um sinal de que a mistura álcool e direção pode estar presente. E é preciso ponderar, ainda, que o mesmo painel computa e detalha apenas os registros na malha rodoviária federal. As vias urbanas estão de fora.


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