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Energia nuclear pode ser solução para navios mais limpos energeticamente?

Atualizado: 12 de jul. de 2023

Estudo aponta que reatores nucleares podem reduzir emissões de gases do efeito estufa no setor marítimo.


Uma grande solução ou um grande problema

Leitura rápida:

  • Transporte marítimo é responsável por 3% das emissões globais

  • Combustíveis fósseis são a principal fonte de energia dos navios

  • Energia nuclear oferece alta potência e baixa pegada de carbono

  • Reatores nucleares compactos e seguros já existem em submarinos e porta-aviões

  • Desafios incluem custos, regulamentação e aceitação pública

  • Alternativas como hidrogênio, biocombustíveis e baterias ainda são limitadas

  • Transição energética no setor marítimo é urgente para cumprir metas climáticas

O transporte marítimo é um dos setores mais poluentes do mundo, responsável por cerca de 3% das emissões globais de gases do efeito estufa (GEE). A maioria dos navios usa combustíveis fósseis, como óleo pesado ou diesel, que liberam dióxido de carbono (CO2), óxidos de nitrogênio (NOx) e óxidos de enxofre (SOx) na atmosfera. Esses gases contribuem para o aquecimento global e a acidificação dos oceanos, além de causar problemas de saúde para as populações costeiras.


Uma das opções para reduzir o impacto ambiental é a energia nuclear, que oferece alta potência e baixa pegada de carbono. Segundo um estudo publicado na revista Energy Policy, os reatores nucleares podem ser uma solução viável para substituir os combustíveis fósseis nos navios, especialmente nos de grande porte e longa distância.


A ideia de usar energia nuclear no transporte marítimo não é nova. Desde a década de 1950, submarinos e porta-aviões militares utilizam reatores nucleares compactos e seguros para gerar eletricidade e propulsão. Esses reatores têm a vantagem de não precisar de reabastecimento frequente, o que aumenta a autonomia e a velocidade dos navios. Eles não emitem gases poluentes nem ruídos, o que melhora o desempenho e a furtividade das embarcações.


No entanto, a aplicação dessa opção energética no transporte marítimo civil ainda enfrenta uma série de desafios, como os altos custos iniciais, a complexidade técnica, a regulamentação internacional e a aceitação pública. O risco de acidentes, vazamentos ou ataques terroristas envolvendo material radioativo é uma das principais preocupações dos críticos da tecnologia. Por isso, é necessário garantir que os reatores nucleares sejam projetados com rigorosos padrões de segurança, monitoramento e controle.


Outro obstáculo é a falta de infraestrutura global adequada para o armazenamento e o descarte dos resíduos nucleares gerados pelos navios. Segundo o estudo, seria preciso criar um sistema mundial de gestão desses resíduos, envolvendo acordos entre os países e as organizações internacionais. Seria igualmente necessário capacitar e treinar as tripulaçõs e o pessoal de manutenção dos navios nucleares, bem como os agentes portuários e de segurança.


Apesar dos desafios, os defensores da energia nuclear argumentam que ela é uma das poucas alternativas capazes de atender às crescentes demandas energéticas do transporte marítimo, sem comprometer as metas climáticas. Outras fontes renováveis, como a solar e a eólica, ainda são insuficientes para fornecer a potência necessária para os navios. O hidrogênio, os biocombustíveis e as baterias são opções promissoras, mas ainda enfrentam limitações técnicas, econômicas e logísticas.

O estudo conclui que a energia nuclear pode ser uma solução de transição para o transporte marítimo, até que outras fontes mais verdes se tornem viáveis. No entanto, é preciso avançar na pesquisa e no desenvolvimento da tecnologia, bem como na cooperação e na regulamentação internacional, para garantir que os benefícios ambientais superem os riscos potenciais.




 

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